quarta-feira, 31 de março de 2010

noitada com Ana Carolina


no início da madrugada de hoje, quinta, quando muitos dos convidados de Ana Carolina já tinham partido, um violão entrou na roda. Inicialmente, nas mãos de Aleh Ferreira (à esquerda, aquele cantor e compositor que emplacou um sucesso na abertura de "A diarista"), que mostrou alguns de seus novos sambas pop, e depois passou o instrumento para Edu Krieger, que chegara tarde, vindo do aniversário de seu pai, o compositor clássico Edino Krieger. Imagino que também chegado às mãos dos outros dois na foto, Ana e Antonio Villeroy, mas, perto de duas da manhã, K e eu pedimos licença e nos dirigimos pra casa, pros braços de Morfeu.

foi boa a noite. A chuva que caiu forte o dia inteiro, principalmente a partir do fim da tarde, diminuiu por volta de 22h e assim pudemos ter um clima ameno nesse março de tantas águas, fechando o verão carioca mais quente que tenho lembrança. Antes do pequeno sarau, muita conversa, sobre música e afins. Villeroy contou de seu novo disco, que sairá em breve pela Biscoito Fino, quase todo autoral, mas contendo também com uma "Felicidade" de seu conterrâneo Lupicínio Rodrigues. A italiana, mas radicada em Nova York, Chiara Chivello, está empolgada com seu terceiro álbum, gravado entre NY e Rio, que será mixado aqui e avança na sua parceria com Ana Carolina (se não me falha a memória, após tanto e bom vinho português, terá quatro canções das duas). Maurício Branco, que chegou com Paula Lavigne e Vera "Gata" Zimmerman, deu seu habitual show de humor, imitações, histórias hilariantes, mas, também em momento sério, contou do documentário que dirige sobre a era das discotecas no Rio, fim dos anos 1970, época do Dancin' Days inicial, na Gávea, de Tim Maia e seu hoje clássico "Disco Club" (com "A fim de voltar", "Sossego", "Acenda o farol"). O baterista Marcelo Costa, há anos na banda de Ana C, mas que já passou pelas de Lulu Santos, Caetano, entre outras, e conheço desde os tempos pré-históricos d'A Barca do Sol (grupo apadrinhado por Gismonti no ínicio dos 1970 e que também tinha entre seus integrantes Jaques Morelenbaum), revelou-se o hetero que mais frequenta salões de beleza, para conseguir o tom exato de seu cabelo descolorido e arrepiado.
Ana, "gentlewoman" que é, não veio questionar minhas ressalvas a seu último show (como escrevi na época aqui mesmo nesse blogquasedeliriosentimusical, detestei o cenário e a direção de Bia Lessa, com os músicos isolados num canto, uma cadeira móvel que, sem sentido algum, atravessava o palco, e demais equívocos extramusicais), e falou empolgada sobre a grande turnê que fará na Europa, a partir de abril. No início de sua carreira, Ana tinha feito shows por lá, mas, depois, o sucesso no Brasil foi tanto que não sobrou mais espaço na agenda. Muito mais falamos mas essas lembranças já ficaram longas. Então, para não ficar texto demais sem figurinhas, vou ilustrar com algo que, a princípio, não tem relação, da série "grafites noturnos" (a câmera desse modelo de celular, iTreco, não é das melhores, mas funciona bem em luz artificial) e uma de nosso amigo Barão, de costas (e que me lembra daquele cão da RCA Victor).

PS: a trilha sonora, enquanto batucava, foi entrando a esmo, ao sabor do iTreco, e incluiu "Vendaval" (com Ed Motta, dele e Ronaldo Bastos), "Cabide" (de Ana Carolina, com ela e Luiz Melodia), 'Moving the river" (Prefab Sprout), "Save your love for me" (José James), "Mad about the boy" (o standard de Nöel Coward, na voz de Blossom Dearie), "This happy madness" (o título em inglês de "Estrada branca", de e com Tom Jobim) e, neste exato momento em pretendo botar no ar, "Munaye" (Mulatu Astaqé, disco "Mulatu of Ethiopia", que baixei alguns anos atrás).

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