sexta-feira, 30 de julho de 2010

Ana Carolina: Entrevista de Ana Carolina para a Revista Brazil com Z

Com quase onze anos de carreira, Ana Carolina se tornou referência da música brasileira, colecionadora de grandes parcerias e sinônimo de talento e profissionalismo. Essa mineira estourou em todo o Brasil com seu sucesso “Garganta” e, a partir daí, sua voz e suas composições passaram a ser indispensáveis aos ouvidos brasileiros mais variados.
Já são sete álbuns lançados, quatro DVDs, um especial CD e DVD em parceria com Seu Jorge e uma compliação de sucessos, chamada perfil, que foi a mais vendida da série em todos os tempos. Ana Carolina definitivamente colhe os frutos de tanto trabalho. Artista consagrada, ela garante que a vontade de agradecer e surpreender os seus fãs é o que lhe inspira a cada novo e diversificado trabalho.
Em sua primeira grande turnê europeia, Ana Carolina está passando por Itália, Portugal, França, Suíça e, para nossa felicidade, Espanha. Em uma entrevista exclusiva à brazilcomZ, essa diva da música brasileira falou sobre os shows na Europa, os onze anos de carreira, bissexualidade e os projetos mais recentes. Confira!

Por Maiby Gignon

BCZ: Há alguns anos você se apresentou na França. Já fez shows em outros países da Europa? Quais as cidades escolhidas dessa vez?
AC: Eu me apresentei na França e tenho vindo com frequência a Portugal, mas esta é minha primeira grande turnê europeia, que vai passar por Itália, Portugal, França, Espanha, Suíça e Inglaterra num total de onze shows.

BCZ: O show que você traz à Espanha é a turnê N9ve, ou um show diferenciado?
AC: É um show que traz basicamente os meus sucessos destes dez anos de carreira e também, as novidades do N9ve.

BCZ: O que é que os brasileiros que vivem aqui e sentem tanta saudade do Brasil, podem esperar da sua apresentação?
AC: Com certeza os sucessos que ouviram no Brasil, os ouviram nas trilhas de novelas – estarão todos no show.

BCZ: Você já tem sete álbuns gravados, em quase onze anos de carreira. É um número bastante grande se compararmos com muitos artistas. Como é o seu processo de criação para um novo disco?
AC: Muito intenso. Eu, na verdade, componho e toco o tempo todo e no momento que um grupo de canções começa a fazer sentido e se diferenciar das demais, é aí que começa um novo disco. E eu me dedico a cada produção “full time” de corpo e alma. Nestes quase onze anos, foram sete discos: Ana Carolina; Ana, Rita, Iracema e Carolina; Estampado; Dois Quartos (duplo); N9ve; Ana Car9lina+um. Quatro DVDs: Estampado; Um Instante que não pára; Dois Quartos; Ana Car9lina+um. Um projeto especial de CD e DVD: Ana&Jorge. E uma compilação, Perfil, que foi o disco mais vendido desta série, de todos os tempos.

BCZ: N9ve foi lançado no ano passado. Já tem o próximo CD planejado, para encaixar aquele blues que acabou ficando de fora?
AC: O Blues que ficou de fora entrou no Ana Car9lina+ um, lindamente cantado por mim e pela Maria Gadú. É a musica “Mais que a mim”, uma parceria minha com a cantora e compositora italiana Chiara Civello. Eu, no momento, estou buscando aquela conexão entre várias canções para pensar em um outro disco, para o ano que vem.
BCZ: Você é uma artista muito admirada no meio artístico nacional e constantemente realiza parcerias com outros artistas. Fale sobre algumas delas, inclusive as do seu último álbum.
AC: É uma grande sorte que eu tenho poder compor e cantar com as pessoas que eu admiro. Tem sido sempre assim, desde o meu primeiro encontro com meu parceiro de toda a vida, Antônio Villeroy, os encontros que tive com meus ídolos no DVD Estampado – Maria Bethânia, João Bosco e Chico Buarque, o projeto Ana&Jorge e, muito especialmente, este projeto N9ve, onde eu inaugurei uma parceria incrível e muito especial com a Chiara Civello, que é co-autora de quatro músicas do CD N9ve e cinco do CD/DVD Ana Car9lina+ um. Eu preciso destacar também deste projeto, minha primeira parceria com o Gilberto Gil. Mandei pra ele, num ato de ousadia, um samba feito com outro “parceiro de primeira viagem”, o Mombaça, e que estava sem letra há alguns meses. Em dois dias, ele me devolveu a letra do samba “Torpedo”, e eu quase explodi de tanta alegria. Minha vontade era sair na rua dizendo pra todo mundo: fiz um samba com o Gil! E ainda a parceria com o John Legend. Eu queria muito fazer alguma coisa com ele, e tive a sorte de não só ele aceitar meu convite para cantar comigo no N9ve, como também ter feito a letra em Inglês de uma música minha e do Antônio Villeroy. Além disto, tive o prazer de poder contar com a Esperanza Spalding cantando uma música minha e da Chiara Civello e ter conseguido reunir os amigos para gravar o Ana Car9lina+um: Gil, Bethania, Seu Jorge,Chiara,Luis Melodia, Ângela Roro, Roberta Sá, Zizi Possi, Maria Gadú e o meu parceiro Antônio Villeroy.
BCZ: Antes de consagrar sua carreira no Brasil, você já pensou em morar fora do país e se arriscar no cenário europeu, como muitos artistas fazem?
AC: Morar fora do Brasil, acho que não, mas estar sempre aqui na Europa trabalhando, com certeza.

BCZ: Você toca muitos instrumentos e gosta de inovar nos seus shows. Foi autodidata com todos eles?
AC: Eu sou autodidata em todos os instrumentos que toco. Com o piano, entretanto, que eu resolvi aprender apenas dois meses antes de estrear o show Dois Quartos, em que eu queria tocar uma canção no piano, eu pude contar com o auxílio luxuoso da pianista brasileira Délia Fischer.
BCZ: Você conhece e gosta da música espanhola?
AC: Conheço e gostaria de fazer uma parceria, especialmente, com Concha Buika.
BCZ: A cada disco lançado, seus fãs nunca têm certeza do que esperar. Qual o segredo de tanta criatividade e inovação em seus trabalhos? O que costuma te influenciar?
AC: A vontade de surpreender, de agradar aos meus fãs. Eu realmente procuro me desdobrar para buscar sempre maneiras de apresentar surpresas marcantes.

BCZ: A sua música “Eu comi a Madonna” foi alvo de grande polêmica. Você já esperava toda essa repercussão quando a gravou?
AC: Sim. É uma canção forte, corajosa.
BCZ: De acordo o que Jason Birchmeier escreveu para a revista Billboard, em seu CD Dois Quartos, “o assunto da bissexualidade, empresta um ar de curiosidade em algumas das canções”. Foi proposital abranger esse tema no álbum?
AC: A questão da bissexualidade para mim é muito natural, o que infelizmente, não é para outras pessoas. Eu procuro então falar, cantar, com naturalidade sobre estas questões pra ver se, dessa forma, eu consigo ajudar as pessoas que ainda têm que lidar com esta opção com reservas, com dificuldade. Eu quero ajudar a fazer as pessoas felizes.

BCZ: Em uma entrevista, você disse que não pretende ser militante pelos direitos homossexuais e nem levantar bandeiras para defender a homossexualidade. Você acredita que, ainda assim, como uma artista assumidamente bissexual, as pessoas te cobram esse papel?
AC: Como eu disse na pergunta anterior, esta questão para mim não é um tabu, é natural. Não sou exemplo de nada mais do que uma pessoa verdadeira que quer ser feliz e espera que os outros também sejam.

BCZ: Quais são as novidades e planos após o retorno ao Brasil?
AC: Faço agora no final de julho um show especial, com a Delia Fischer, sobre quem falei anteriormente, a Lanlan e um jovem talento da música erudita, Gretel Paganini. Serão três shows em São Paulo junto com uma exposição de minhas telas que tenho pintado nos últimos anos. Estas telas estarão à venda com parte da renda revertida em benefício de uma entidade paulista que faz um trabalho muito bacana de educação em diabetes.

Fonte: Revista Brazil com Z

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